Sou sombra do que fui
Sou alegria perdida rasgada
Sou pedra na estrada.
Sou poeira solta ao vento
Sou frágil e sozinha
Sou personagem que invento.
Sou pássaro de asa quebrada
Sou alguém muito sonhou
Hoje meu sonho é nada.
Sou o nó na garganta
Aprisionando o grito
Sou um coração descompassado
Sofrido, aflito
Sou a estrela apagada
Sou a lua escondida
Sou a lágrima sentida
A rolar pelo rosto
Mutante da vida
Perdi as cores e o gosto.
Sou uma mão estendida
A pedir amparo
Sou doida no volante da vida
Eu corro e não paro
Sem rumo sem direção
Cato pedaços de mim
No ar e no chão.
Nesta imensa escuridão
Com passos incertos
Busco a luz
Tento encontrar
Dentro de mim a criança
Sou a busca da esperança
Quero tempo
Minha mente perturbada
Busca a paz na madrugada
Sou a Thalya perdida
Sou somente Thalya
Sou desabafo na minha poesia.